Na lascívia da carne
Onde pecados se aninham
O corpo é altar de desenhadas tentações
Riscadas a dedos
A dois
Entre sombras e luzes
Entre o prazer desmedido e a entrega em heresia
A alma rodopia sob estranha agonia
É dança quase perfeita
Entre culpa e euforia
Os olhos, escotilhas da luxúria
Abrem-se concupiscentes
Como sementes lançadas ao vento
Com a evidente previsibilidade do intento
Enquanto lábios sorvem o néctar
Bebido em tragos crescentes
As mãos, ferramentas de prazer e pecado
Exploram na pele segredos, sem freio ou cuidado
São cicatrizes de deleite deliciosamente infligidas
O corpo torna-se palco de batalhas sem fim ou início
Entre céu e o abismo
Mas na escuridão dos desejos mais profanos
Há suprema chama de redenção
Que o corpo não seja apenas bocados de pecados
Mas de amor em cada olhar
Em cada mão