Desbastando o poema

A palavra espraia-se

Pela semiótica poética

O poema fica em estágio didáctico

Sem perder de vista a chave léxica

A mão segura o fio-de-prumo

Averigua o ângulo do vocábulo

A linha da estrofe

Burilada, lenta e em vértice ruma ao infinito.

Na derradeira semântica, ainda visível a olho nu,

O Inventor de Lágrimas segura

A sintaxe junto ao Cálice de dor oculta

E numa última imersão renova o verbo até

À hora em que Deus o pegou pela cintura.

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AUTOR(A)
Maria Luisa Francisco

Maria Luísa Francisco dedica-se à escrita poética e está representada em várias Antologias Poéticas. Os seus primeiros poemas foram publicados no suplemento DN Jovem do Diário de Notícias onde colaborou durante vários anos.

É vice-directora da Revista Nova Águia – Revista de Ensaio, Cultura e Poesia.

É autora da Agenda da Paz publicada na Editora Paulinas em 2006.

Foi docente universitária no Ensino Superior Público e Privado ao longo de treze anos.

Além de vários artigos na área da Sociologia da Cultura e da Sociologia Rural e Urbana, publicados enquanto investigadora na área da Sociologia (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) escreve no Cultura Sul do jornal Postal do Algarve, suplemento mensal no jornal Expresso.

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