Autor(a):

Ana Ribeiro
Ana Ribeiro

Enfim, o lado certo

O frescor da manhã devolveu -me o lado certo.

Voltei a inspirar as fragrâncias rememoráveis do acreditar.

Quanto ao futuro dúbio, visão de lamento, não ouso sequer concebê-lo por perto.

Arranco as pétalas das rosáceas, uma a uma, comprazendo-me em sonhar.

Do outro lado da vidraça da cozinha, oiço, ao fundo, o comboio célere do desassossego.

Perante o impulso do amor, resigno-me a embarcar nele.

Por fim, aliciada pelas mantas do aconchego, subo a escadaria, em triunfo, desprendendo no vão uma nova pele.

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Ana Ribeiro
Ana Ribeiro

Rasuro o papel, em busca de uma explicação, sinto um gosto amargo a fel quando a tento suprimir, mas em vão.

Desde 2008, praticamente todos os dias ela grita, procurando um lugar no mundo, só eu sei como ela se agita, na epiderme da pele e no profundo.

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