Há dias em que as palavras ficam caladas
E noites em que me despertam sobressaltadas
Registo, ainda que no escuro.
Acordo e não consigo decifrar o que escrevi na madrugada
Observo signos dúbios
Parecem um pictograma
Faço interpretações
Disperso-me
Começo a desenhar
Procrastino a escrita
E são horas de ir para o ginásio …
Esse outro eu que existe em nós
Apela à razão, devo concluir o poema!
O halter e a passadeira podem esperar …
Com as palavras que me habitam
Poderia ter musculado de adjectivos e emoções
o poema adormecido.