Susana e Irene, duas irmãs com vidas distintas. Educadas pelos pais, os bons valores estavam bem presentes.
Susana, por mais que se esforçasse, não conseguia viver com prosperidade. Sem entender o porquê, estava sempre a ser submetida a enormes sacrifícios e muito sofrimento.
Já Irene vivia uma vida repleta de harmonia. Tinha uma bela moradia, onde nada faltava para o bem-estar da família e tudo transbordava felicidade. Apesar de Susana ser uma mulher esforçada, sem virar as costas a qualquer tipo de sacrifício, era com alguma tristeza que constatava que nada do que fazia dava certo. Tudo corria mal. Logo a ela, que tanto dava de si, quer à família, quer à sociedade, desempenhando a função de catequista. Era comum adormecer em cima da sua máquina de costura, vencida pelo cansaço do trabalho. Quando rendida por fim à cama, acabava por adormecer, enquanto chorava a sua triste sina. Foram anos e anos lançando perguntas sem respostas. Até que um dia resolveu ser verdadeira consigo própria.
Parou para refletir e viu que apenas ela podia mudar a trajetória da sua vida. Dedicou–se a ler mais e mais. Desde pequena, tinha interiorizado que a ler também se aprende. Talvez por isso tivesse apenas um prazer, que era comprar livros.
Foi assim que começou a perceber que tinha sido ela a contribuir, por ignorância, para o que estava agora colhendo. Sem procurar muito, foi fácil relembrar as atitudes dela e as da sua irmã, enquanto jovens. Irene nunca se preocupou com o dinheiro que gastava com a roupa, desde que gostasse e fosse moderno. Já Susana procurava sempre despender o menos possível, só lhe interessava algo que ficasse bem, dentro do mais barato que encontrasse. Logo aqui, ela entendeu que o seu ponto de vista não era o melhor.
O grande problema foi o acumular de situações traumáticas, que viraram crenças. De tal forma, que deixou que lhe fosse tirado o bem mais precioso do ser humano: o “amor próprio”. Depois, deu-se o clique, acordou para um despertar novo. Desde então, o principal objetivo de Susana é ajudar outras mulheres que possam estar a viver uma existência de sofrimento. Ela sabe bem o que é ser vítima de violência doméstica, contar os tostões para pôr pão na mesa, lutar pela dignidade, ser mãe e pai, ao mesmo tempo e enfrentar as injustiças, tanto na sociedade, quanto nos tribunais.
Hoje é uma terapeuta de Reiki, Barras, e de outras práticas espirituais.
Dedica-se cada vez mais à leitura, à escrita e à formação.
Esta mulher cujo nome fictício é Susana, sou eu, autora deste texto.
O conselho que deixo é o seguinte:
— Nunca permitas que alguém te tire a capacidade de gostares de ti.
Quem quer que sejas és um ser único, nada nem ninguém deve ser superior a ti.
Só assim serás feliz.