Poema - António Guerreiro

Poema

A

Como pássaro fluindo

Por entre as gotas da chuva tempestuosa

Ruma de ramo em ramo, chegando e partindo

Durante a noite ansiando a manhã saudosa

B

Mas a manhã chega chuvosa

Cinzenta e fria

A tempestade ruge cavernosa

Não se percebe se é noite ou dia

C

Mas o pássaro flui em constância

Supera obstáculo após obstáculo

Adapta-se à circunstância

Coração e horizonte são um habitáculo

D

Fragilidade (que) se transmuta em força

De ribeiro a rio a nascente cresce

Funde-se no vento como uma corça

Renasce na águia, não fenece

E

O horizonte, sempre ao longe, não se aproxima

O coração, nesse, cresce a vontade 

Pois também a turbulência se sublima

Por fim, o sol, entre as nuvens, desponta em liberdade

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AUTOR(A)
António Guerreiro
António C. Guerreiro

António Guerreiro escreve poesia desde 1997. As influências e referências vêm dos últimos anos do liceu: Camões, Almeida Garret, Antero de Quental e Fernando Pessoa.

Os temas mais comuns relacionam-se com a natureza (o mar, a água, a terra, a árvore e a flora, a tempestade, o sol, as estrelas, etc.) associados à condição humana, à consciência da vida, à profundidade da experiencia, ao crescimento interior, à viagem, à expansão, à descoberta e à superação.

Entre 2005 e 2017 a sua voz amadureceu e tornou-se mais definida. Neste período usou sobretudo a quadra com rima alternada. Desde 2018 tem experimentado a quintilha e o sexteto entre outras formas que possibilitam uma maior margem de expressão.

Pretende começar a publicar.

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