A
Como pássaro fluindo
Por entre as gotas da chuva tempestuosa
Ruma de ramo em ramo, chegando e partindo
Durante a noite ansiando a manhã saudosa
B
Mas a manhã chega chuvosa
Cinzenta e fria
A tempestade ruge cavernosa
Não se percebe se é noite ou dia
C
Mas o pássaro flui em constância
Supera obstáculo após obstáculo
Adapta-se à circunstância
Coração e horizonte são um habitáculo
D
Fragilidade (que) se transmuta em força
De ribeiro a rio a nascente cresce
Funde-se no vento como uma corça
Renasce na águia, não fenece
E
O horizonte, sempre ao longe, não se aproxima
O coração, nesse, cresce a vontade
Pois também a turbulência se sublima
Por fim, o sol, entre as nuvens, desponta em liberdade