Fingir ser para parecer
É não ser, é perecer
É não viver, é desaparecer
É não entender, é desvanecer
Ser espelho do que me rodeia
É apagar dentro o que me incendeia
É mortificar a ciência de semear
É calar a consciência de vivificar
Quero ser a acontecer
Saber tecer o que sou
Saber nascer a fazer
Alcançar a noção donde vou
E assim, e só assim
A noite, o dia, são
Pela minha desperta mão
Caminho para transmutar meu fim
E assim, e só assim
Acordo em mim
Pacientemente,
A centelha que arde por ser velada
Resolutamente,
A eternidade que existe para ser alcançada
Observações: não sigo o novo acordo ortográfico de Língua Portuguesa; o poema não tem título, deve ser mencionado no início «Sem Título».