Sonhos que em meu peito acalentei
Que tenho e que não morrem jamais!
Com eles minha leda mocidade enfrentei
E eram como cantares de rouxinóis e pardais.
Povoados de magia, ilusões e muita fantasia
Deixam em mim gratas e agradáveis lembranças.
O meu pensamento com eles se inebria e extasia
Vai celebrando fazendo rituais e alegres danças.
Quando vou passeando pela cidade ou pela aldeia
Recordo que as ruas são ainda minhas confidentes.
Delas emergiam melodias e músicas em melopeia
E os meus olhos tinham o brilho de sóis nascentes.
Foram sonhos de menina, de jovem e rapariga
Que imaginava viver em deslumbrantes castelos.
Hoje tenho um ninho e o teu coração me abriga.
Confesso que estes sonhos foram os mais belos.
Aos rios revelava muitos dos meus segredos
Contava-lhes baixinho que eles eram o meu mar.
Quando os vejo digo-lhes em surdina e sem medos
Que o meu maior sonho é ser amada e muito amar.