sonhos

Sonhos

Sonhos que em meu peito acalentei 

Que tenho e que não morrem jamais! 

Com eles minha leda mocidade enfrentei 

E eram como cantares de rouxinóis e pardais. 

Povoados de magia, ilusões e muita fantasia 

Deixam em mim gratas e agradáveis lembranças. 

O meu pensamento com eles se inebria e extasia 

Vai celebrando fazendo rituais e alegres danças. 

Quando vou passeando pela cidade ou pela aldeia 

Recordo que as ruas são ainda minhas confidentes. 

Delas emergiam melodias e músicas em melopeia 

E os meus olhos tinham o brilho de sóis nascentes. 

Foram sonhos de menina, de jovem e rapariga 

Que imaginava viver em deslumbrantes castelos. 

Hoje tenho um ninho e o teu coração me abriga. 

Confesso que estes sonhos foram os mais belos. 

Aos rios revelava muitos dos meus segredos 

Contava-lhes baixinho que eles eram o meu mar. 

Quando os vejo digo-lhes em surdina e sem medos 

Que o meu maior sonho é ser amada e muito amar. 

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AUTOR(A)
Maria Silvéria dos Martires

Maria Silvéria Encarnação dos Mártires é natural de São Marcos da Ataboeira, Baixo Alentejo. 

Enfermeira aposentada passou parte da sua vida a dedicar-se de coração aos bebés pré-termo e de termo que ainda hoje são a sua maior inspiração. Apaixonada pela poesia nela se envolve e ajuda-a a viver os dias. Do Alentejo mantém nos sentidos e na alma o cheiro da terra lavrada, e os aromas da esteva, do poejo e do rosmaninho. 

Vive em Lisboa, mas é no Alentejo, nessa encantadora planície, que tem o seu ninho. 

Publicou dois livros de poesia: «Gritos de alma na planície rasa» e «Rebentos de Poesia» e participou em diversas antologias. 

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