Não sei onde te perdemos:
se na curva, por não ser reta
se na reta, por não ser curva.
A memória guarda futuros
balanceados nos teus pés,
ainda que ande às voltas
numa espiral na senda do branco
sem encontrar, sequer,
uma qualquer cor do arco-íris.
Soltas o vento que apontamos
às mãos dos outros,
na esperança de reconhecermos o X
no mapa desordenado,
escondido no pó que trazes no corpo.
E vais somando ramos de oliveiras
que enrolas aos dedos,
nessa persistência tão tua.
Quase como um desassombro
vemos-te a todas as horas,
e, no entanto,
devemos-te as noites que não dormes.


