Autor(a):

Maria Celeste Pereira
Maria Celeste Pereira

Se eu fosse pedra

Se eu fosse pedra

queria ser

a ardósia antiga

onde escrevi

pedrinha de jogar

com que brinquei

valado vestido de musgo

onde a luz é o luar.

Queria ser

estátua na cidade

e no museu

esfinge sem idade.

Se eu fosse pedra

queria ser banco

para descansar

e nunca pedra

de arremessar.

Queria ser

pedra preciosa

burilada e colorida

pedra do amor

agradecida.

Queria ser castelo

escadaria infinita

no firmamento

com o céu estrelado

e num momento

mesmo fugaz

que todo o ser fosse amado.

Se eu fosse pedra

eu queria ser:

O MARCO DA PAZ

Se eu fosse pedra
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AUTOR(A)
Maria Celeste Pereira
Maria Celeste Pereira

Nasci no Algarve profundo, num pequeno lugarejo na serra do Caldeirão. Era Setembro de 1946.
A minha avó tinha livros em casa, mas não sabia ler. Não sabia, nem dava valor aquelas preciosidades com Iluminuras. Foram os meus brinquedos.
Na primavera da vida, nos anos sessenta no Curso Comercial em Faro, tomei gosto pela leitura. Fui leitora compulsiva da biblioteca Itinerante da Gulbenkian. Já gostava de escrever. Escrevi cartas, muitas cartas.
No final do curso, rumei a Lisboa. O banco foi o meu emprego de sempre.
No verão da vida, dediquei-me a cuidar dos filhos e da sua educação.
Li menos, mas sempre houve livros na minha casa. Eles são matéria inerte a fervilhar de vida e de sabedoria.
No outono da minha vida, dediquei-me à pintura a óleo, que me têm encantado, e ao mesmo tempo a ler e a escrever poesia.

Publiquei alguns poemas em coletâneas na APP e In-finita.
Dou os primeiros passos na escrita de ficção com o apoio da mentora Analista Alves dos Santos após curso de escrita criativa.

Colaborei na Coletânea de contos QUE O CAMINHO NÃO NOS FUJA

Duas crónicas no número 2 e 3, da Revista Palavrar

Pretendo continuar a ler e a escrever com a ternura e sensibilidade que sou portadora, pondo as palavras a falar na tela, onde as pinto com letras.

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