O pecado
Fruto do corpo estilhaçado
Que em mim se demorou,
Tatuado me deixou
O pecado.
Cada ruga, cada vinco
Faz do corpo o meu destino.
Sinto na pele
O pecado.
Como se faltasse um bocado
Do que agora é
Decadente e deformado
Grande e decadente.
E a cada toque
As ondas voluptuosas
Se abrirão em sulcos
Sempre que no corpo entrar
O pecado.
Hoje sou pedaços
Neste momento eterno
Em que o corpo me soa a inferno
Escondendo a loucura
Num prazer desmedido
Num descontrolo irrefletido
Do tempo que escorre
Nas sombras discretas
Que ao corpo trouxe
O pecado.