Autor(a):

Elizabete Fernandes

De carne e osso

Em carne e osso, a poesia reside.

Em cada músculo, em cada veia

O corpo, palco das paixões,

Desenha uma teia de emoções,

Onde os pecados dançam em sinfonia,

Em harmonia.

É profundo o orgulho erguido, de músculos firmes,

E o ego revelado em gestos e olhares,

Sublimes.

Com jactância exibem a Luxúria

Que vagueia em arroubos de desejo,

Numa voracidade de Gula insaciável

De cortejo.

Nas marcas indeléveis deixadas pelo caminho,

A Ira irrompe, numa tempestade furiosa,

Onde o corpo fica sozinho

E a consciência silenciosa.

Ele que acende e se rende à solidão,

Que se entrega à paixão.

Mas a Avareza insinua, mesquinha e cega,

Provoca a Inveja

Que se oculta, nua

E afunda na inércia que navega

E flutua.

Foi sempre Preguiça

A nossa casa, corpo e alma,

Um campo de batalha entre o divino e o profano,

Entre luz e trevas num abraço insano.

É eterno o conflito de um corpo dilacerado,

Um poema humano de puro pecado.

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AUTOR(A)
Elizabete Fernandes

Sou lisboeta, mas tenho raízes, quer do Alto Alentejo, quer do norte do país.

 

Fui Secretária de Administração durante muitos anos, mas cansada da rotina diária, voltei-me para o ensino.

 

Licenciada em Humanidades – Minor em Estudos Portugueses, encontro-me, atualmente, na reta final do Mestrado em Estudos Portugueses Multidisciplinares.

Tirei, entretanto, um curso de Formação Profissional de Revisão de Textos.

Sou apaixonada por animais, ávida de leitura e escrita e como disse um dia um dos meus poetas preferidos “tenho em mim todos os sonhos do mundo”.

Viajo e sonho diariamente e as andanças literárias falam por si. Tento realizar alguns desses sonhos, escrevendo.

Espero um dia publicar um livro de poesia ou de contos. 

 

As palavras fluem em mim como a água no rio e transformam-se em versos, pelo que pinto o mundo à minha maneira.

Se pudesse vivia da escrita, como não posso, vou escrevendo para me libertar. 

Faço parte de vários clubes de leitura e dinâmicas de escrita, o que me “obriga”, desde logo, a ler um livro por mês, ainda que na realidade, e no meu caso, são mais.

 

As formações de escrita que tenho frequentado, dinamizadas por Analita Alves dos Santos têm espoletado em mim maior aproximação e empatia com as redes sociais, pelo que tenho abraçado vários projetos.

Recentemente, integrei o grupo do Núcleo de Humanidades da Universidade Aberta, onde dinamizo desafios literários.

 

A minha filosofia é viver com o que a alma me pede. O mundo, esse, gostava de o poder mudar, mas como não está nas minhas mãos, entrego um pouco de mim todos os dias, ajudando quando posso, alguém que comigo cruze e que de mim precise. 

Como diz a minha mãe e já dizia a minha avó: “o que nós damos, deve ser natural e espontâneo, pois receberemos em troca e a dobrar”.  

 

Esperança e persistência brilham timidamente, por elas, guio-me com resiliência, renovando o meu amanhã. 

 

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