Autor(a):

Inês de Carvalho Eusébio

Sabes que perecem em tendas

Sabes que perecem em tendas

Juntos os corpos eram tantos

Juntas as mãos povoadas de cinza

São nada.

 

Para onde foram seus membros?

A pele os ossos o cabelo

As unhas sujas de lixo

Exaustas de suplicar pão

A atrocidade da sede

O caos a fome o grande ditame

Da humana podridão.

 

Não pecarás fazendo imolar corpos

Mas pecarás vendo imolar corpos

Calado impávido sereno.

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AUTOR(A)
Inês de Carvalho Eusébio

Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes (variante de Teoria da Literatura), pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde apresentou uma dissertação sobre a imagem da Casa na poesia de Fernando Guimarães. É licenciada, pela mesma instituição, em Estudos Portugueses e Lusófonos.

Assinou poesia, ensaio, e artigos em diversas publicações (Curupira, Lote, Meer), tendo ainda colaborado com a plataforma A Bacana. Desempenhou funções de assessoria no setor cultural e escreveu para eventos artísticos, dos quais se destacam as exposições fotográficas 2 km2, de Bruno Silva, e BUDS: La Vie Tranquille, de Gustavo Nina.

Atualmente exerce atividade profissional na área da comunicação, com particular incidência na redação, transcrição e revisão de texto.

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