Enfrento as teclas do computador com a posição de mãos no piano
Ouço o Nocturne Op. 9 No. 2 de Chopin e deslizo no marfim imaginário…
O meu corpo move-se na melancolia gélida de uma noite de Inverno
Na sustentação do som, a dureza do marfim
Os dedos presos, a mente solta
A música a ressoar no mais profundo de mim.
A pauta, a pausa, o avanço, o tempo que não volta.
Breves notas de um poema adiado
enrolado na memória sonora
e na silenciosa poética vocal da infância.
Sublimam-se as estrofes de um outro sentir
onde a criança interior desbrava caminhos
dessa eterna composição indizível.