O grito ergue-se,
mudo, da garganta,
ensurdecendo
quem está em seu redor.
Não com o som,
com o atordoar
do verbo que não é falado,
do veredito resoluto
que lhe sai
como um pulsar,
irreprimível,
que ninguém
é capaz de refrear!
No escoar das horas,
dos dias, dos anos,
o grito esgotou-se…
Quem o pressentiu
deixou de o sentir.
A resolução, no entanto,
nos confins da consciência,
teimosa,
ficou.


