Tu, ser que floresce em cada alvorada,
com ousadia nos gestos e silêncio na jornada.
Liberta o ego nas marés da rotina,
onde o tempo é brisa e a alma se inclina.
Rema além do horizonte, onde mora o incerto,
e deixa no mundo um eco desperto.
Não temas o que falta, nem o traço imperfeito,
há requinte no rascunho, há verdade no defeito.
Recusa a quietude de quem nunca ousou,
lança-te à estrada, mesmo desalinhado.
Sê o que és, no brilho e na sombra,
e diz ao mundo de que matéria te assombra.
Lidera os teus desejos com firme doçura,
e segue a tua luz, pura e segura.
O teu caminho é feito de céu e de chão
inacabado, sim, mas inteiro no coração.