O poema começado
A palavra em fuga
O traço que se esvai
Trémulo na noite rumo ao inacabado…
Na delonga que lhe omite o requinte
A sombra do imperfeito
Que turva os versos
E lhe ofusca a luz.
Um poema semi-adiado
Mergulhado num esboço
Perdido nas ruínas do tempo
Na penumbra do que falta
Emergirá…
Além das linhas do infinito
Com menos aperto no peito
Nessa incompletude
revela-se
num deslumbre quase perfeito.