Na minha casa mora a brincadeira.
Lindas e sofridas
moram também as cantigas das gerações anteriores.
Na minha casa mora
a infância, a meninice, a doce mocidade.
Mora a filha, a mãe e a avó.
Na minha casa mora o sonho e a história. Mora o sonhador,
o vilão
e o herói.
Na minha casa moram as infinitas reflexões, os medos,
as ansiedades
e também a confiança.
Na minha casa mora
o sorriso terno
e a doce amargura.
Mora o seguro abraço e as questões incertas.
Na minha casa não falta espaço. Curiosamente, sente-se cheia
imensas vezes.
A minha casa é ninho para o berço, para as origens, para as raízes.
Aquelas sobre as quais nos instalamos, nos fixamos,
crescemos
e, finalmente, seguimos.


