Autor(a):

Daniela Roxo

A minha casa

Na minha casa mora a brincadeira.

Lindas e sofridas

moram também as cantigas das gerações anteriores.

Na minha casa mora

a infância, a meninice, a doce mocidade.

Mora a filha, a mãe e a avó.

Na minha casa mora o sonho e a história. Mora o sonhador,

o vilão

e o herói.

Na minha casa moram as infinitas reflexões, os medos,

as ansiedades

e também a confiança.

Na minha casa mora

o sorriso terno

e a doce amargura.

Mora o seguro abraço e as questões incertas.

Na minha casa não falta espaço. Curiosamente, sente-se cheia

imensas vezes.

A minha casa é ninho para o berço, para as origens, para as raízes.

Aquelas sobre as quais nos instalamos, nos fixamos,

crescemos

e, finalmente, seguimos.

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AUTOR(A)
Daniela Roxo

Daniela Roxo nasceu em Lisboa em 1994. Reside, desde o início da sua existência, no Bairro da Icesa situado na freguesia de Vialonga.

Enquanto criança sonhava ser cantora, atriz e tocar música. Frequentou o Instituto Gregoriano de Lisboa, onde desenvolveu competências musicais no âmbito da formação musical, canto gregoriano e do estudo instrumental, assinalando, deste modo, o início do seu desenvolvimento artístico e criativo.

No final do ensino secundário descobre a Psicologia, pela qual se entusiasma profundamente e se projeta nos anos posteriores. Tendo ingressado no ISPA-Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, em 2012, e após uma interrupção do seu percurso académico é, atualmente, aluna finalista da Licenciatura em Psicologia. Como preâmbulo de um futuro na área das ciências psicológicas, atua profissionalmente nos Serviços de Ação Social da Universidade de Lisboa.

A sua curiosidade pela escrita manifestou-se, desde cedo, através da brincadeira com as palavras chegando a produzir letras de canções, criadas e partilhadas com os pares. Posteriormente, transformou a escrita num modo organizador do pensamento, aliando à arte a capacidade de reflexão e a necessidade de descoberta. Mantém, desde então, a preferência por uma escrita poética, reflexiva e sensível, intrinsecamente próxima dos dramas existenciais e emocionais nos quais crê residir a essência do conhecimento acerca de si, dos outros e do mundo.

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