a poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
(Carlos Drummond de Andrade)
não as dizer todas as palavras
restam vãs desabam na tumba
do universo o assassínio à solta
o gesto de mão no rosto do filho
ainda calam no gosto dos homens
a tola acepção do dizente eu
dos afogados a água inavegável
as cantigas entoam a cupidez
os reclames as vozes de atavios
descrevem curvas rocambolescas
pessoas se aferram e negam ao nada
o rito dos rios que as levam à mudez


