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Editorial

O Requinte do Inacabado

Haverá uma beleza oculta nas obras por concluir? Um encanto que se insinua precisamente onde falta a última pincelada, a frase final, o desfecho anunciado? Este número da PALAVRAR rende-se ao fascínio do inacabado.

Vivemos ofuscados por metas, conclusões, versões finais. Mas e se o que permanece em suspensão disser mais do que a perfeição formal de um texto encerrado? E se a força da literatura estiver, precisamente, na recusa de um fecho imposto, abrindo espaço para o leitor habitar o que não se diz?

Neste número, celebramos o rascunho que impele. Damos lugar à hesitação criativa, ao esboço que recusa desaparecer, às narrativas que se interrompem como quem deixa uma porta encostada. Aqui, o inacabado não é desistência ou recuo: é outra forma de continuar. É insistência.

Entre contos, ensaios, crónicas e poemas, percorremos os caminhos em que a linguagem se permite não concluir. Encontrará textos que não se fecham — não por incapacidade, mas por lucidez.

Porque talvez o requinte maior esteja em saber parar antes do fim, ou em aceitar que o fim, na escrita — como na vida —, raramente chega quando se espera.

Boas leituras.

Analita Alves dos Santos

Caro leitor.

Cumpre, antes de mais, reconhecer e celebrar o trabalho de Diana Almeida, que concebeu esta revista e a moldou como espaço vibrante de criação e partilha da arte da palavra. Assumir este cargo é um privilégio e um compromisso: dar continuidade ao caminho percorrido, promovendo o diálogo entre vozes emergentes e outras consagradas, num constante exercício de renovação e descoberta.

Temos sonhos e objetivos. Os primeiros serão sempre bússola; os segundos concretizam-se com o profissionalismo que nos move.

Tal como o mote, esta será sempre uma revista inacabada. Não se trata de ausência, mas de possibilidades em aberto, de fragmentos que preencherão as nossas páginas em cada edição e que — gostamos de acreditar — ecoam para lá da última palavra impressa. Uma revista em constante descoberta. O inacabado é um mundo pleno de vazios.

Que esta edição nos inspire a preenchê-lo e a reinventar os contornos da literatura.

Paula Campos

Ana Sofia Brito

Oswaldo Martins

Sandra Barão Nobre

Rita Taborda Duarte

Júlia Domingues

João Ventura

Paulo Pereira

David Roque

David Roque

Maria Silvéria dos Martires

Mafalda Carmona

Analita Alves dos Santos

Filipa Vicente

Maria Luisa Francisco

Teresa Dangerfield

Susana Forte

Susana Laires

Ana Paula Campos

Sónia Pedroso

Paulo T. de Morais

Paula Eduarda Figueiredo

Nuno Amaral Jorge

Matilde Lopes

Marta Donato

Maria Toscano

Maria Bruno Esteves

Maria Gaio

Maria da Paz Camacho

Margarida Correia

Marco Neves

Márcia Vieira Ávila

Luciana Morais

Liliane Beijoca

Leonilda Pereira

Lara Fernandes

JP Félix da Costa

Isa Silva

Inês Garcia Morais

Hugo Filipe Lopes

Gisela Silva

Luís Aguiar

Filomena Fonseca

Felipe Cattapan

Cláudia Passarinho

Cidália Santos

Carla Carmona

Ana Ribeiro

Ana Paula Miranda

Ana F. Pinheiro

Ana Costa

Anabela Reis Moreira

Ana Rita Garcia

Alexandra Ferreira

Agostinha Pópulo