Autor(a):

Maria Silvéria dos Martires

Surpresas

Surpreenda-me nesta vida toda a mentira.

Quando do que se passa não tenho ideia!

Queria adivinhar como se fosse uma feiticeira.

Saber o lado certo de onde nasce a lua cheia.

 

Surpresas gosto muito quando elas são boas.

Que me tragam alegria e não contrariedade.

Adoro da vida as canções que para mim entoas;

Gosto de viver sem sobressalto, em doce tranquilidade.

 

Vida surpreenda-me sempre que possa pela positiva.

O tempo por vezes é muito ingrato e tão traiçoeiro!

A minha mente é continuamente muito imaginativa.

Quer aprender a decifrar o lado certo e verdadeiro.

 

Aflora à minha memória tudo o que passei sendo vivido.

E renega que fique todo o meu passado em branco;

Não concordo, existem coisas que já não fazem sentido.

Mas exige saber toda a verdade e pede que seja franco.

 

Tudo o que passei é a saudade que sinto é o lado certo.

Que me deixou para a vida, para o amor e a poesia desperto!

Invoco à compreensão dos Deuses e à sua benevolência;

E tragam-me paz, amor e esperança que tive na infância.

 

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AUTOR(A)
Maria Silvéria dos Martires

Maria Silvéria Encarnação dos Mártires é natural de São Marcos da Ataboeira, Baixo Alentejo. 

Enfermeira aposentada passou parte da sua vida a dedicar-se de coração aos bebés pré-termo e de termo que ainda hoje são a sua maior inspiração. Apaixonada pela poesia nela se envolve e ajuda-a a viver os dias. Do Alentejo mantém nos sentidos e na alma o cheiro da terra lavrada, e os aromas da esteva, do poejo e do rosmaninho. 

Vive em Lisboa, mas é no Alentejo, nessa encantadora planície, que tem o seu ninho. 

Publicou dois livros de poesia: «Gritos de alma na planície rasa» e «Rebentos de Poesia» e participou em diversas antologias. 

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