Decapitada pela mão humana, sem compaixão,
não tombaste.
Da seiva derramada brotam braços resilientes,
numa súplica pela existência,
buscam o abraço do sol numa dança insana.
Revigoraste.
No cume da colina permaneces imponente,
guardiã dos enigmas da vida.
No teu corpo, no meu corpo,
cicatrizes calam memórias de dor.
Tua força vital alenta minh’alma,
dos braços inesperados desabrocham quimeras,
sonhos de poeta em folhas ondulantes.
Sob tuas majestosas raízes,
o canto das águas frias do regato, acalma
o eco de lamentos do trovador.
O som límpido, persistente,
que nos une eternamente.